Polícia investiga convites para suicídio coletivo em escolas de Fortaleza
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Os suspeitos já foram identificados
A Polícia Civil do Ceará abriu uma investigação sobre mensagens que circulavam nas redes sociais com convite para suicídio coletivo de alunos de escolas privadas de Fortaleza. As publicações começaram a ser compartilhadas em 17 de novembro deste ano.
Os suspeitos já foram identificados e as oitivas estão sendo realizadas, segundo a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social.
Nas mensagens, eram divulgadas informações de data, hora e local onde seriam realizados os suicídios coletivos, segundo o Ministério Público do Estado do Ceará. Após isso, a Promotoria da Infância e da Juventude instaurou um processo para acompanhar e apurar as informações coletadas.
A Delegacia da Criança e do Adolescente definiu o episódio como “ato infracional análogo ao crime de indução ou instigação ao suicídio”.
No Código Penal brasileiro, em seu artigo 122, a pena de reclusão varia de 6 meses a 6 anos, podendo ser duplicada se a vítima for menor. O Departamento de Proteção aos Grupos Vulneráveis e o Departamento de Inteligência Policial, da Polícia Civil, colheram depoimentos na última segunda-feira, 22.
De acordo com o promotor Hugo Porto, coordenador do Programa Vidas Preservadas, foram solicitadas, também, informações de como está o monitoramento das escolas em relação às mensagens que estavam sendo divulgadas.
“Existe uma preocupação sobre a mimetização, multiplicação ou disparo de gatilho”, diz o promotor. “A gente se colocou à disposição para construir estratégias para capacitar e qualificar agentes públicos e privados, para terem um olhar mais técnico sobre o comportamento e a comunicação de pessoas ou grupos, que permita reconhecer quem desperta atenção.”
Ainda segundo a Promotoria, após a denúncia da primeira mensagem, outras publicações foram compartilhadas com o órgão e denunciadas aos agentes de segurança, além do contato de outras escolas relatando o problema.
A falta de políticas de controle das redes sociais e o uso desregulado por crianças e adolescentes podem potencializar casos de suicídio e automutilação, na opinião do presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Ceará, professor Airton de Almeida.
“A gente percebe a dificuldade dos pais em questionar ou vigiar os filhos, pois estão sempre ocupados com o trabalho. As crianças e adolescentes, que não estudam em tempo integral, passam o restante do dia nas redes sociais, recebendo todos os tipos de informações.”
Ainda segundo Almeida, séries de televisão, jogos online e ideologia de gênero também colaboram com o espectro do comportamento suicida.
“Sempre aparece uma coisa nova. Tem a série da batatinha frita 1, 2, 3 (“Round 6″), já teve o jogo da baleia-azul. Isso cria um martírio emocional nas nossas crianças”, afirma o professor.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) aponta o suicídio como a segunda causa de morte mais recorrente entre adolescentes e jovens no mundo.
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