Presidente do Peru fará 3ª reforma ministerial em 6 meses de governo após nova crise
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Até a publicação deste texto, ainda não havia sido anunciado nenhum novo nome a compor o gabinete
O presidente do Peru, Pedro Castillo, anunciou nesta segunda-feira (31) que renovará mais uma vez seu ministério, após aceitar a renúncia da primeira-ministra, Mirtha Vásquez. Até a publicação deste texto, ainda não havia sido anunciado nenhum novo nome a compor o gabinete.
Segundo a legislação peruana, quando o primeiro-ministro renuncia, o presidente deve designar outro ocupante do cargo e um novo gabinete, embora possa manter algumas posições. Todos passam pelo voto de confiança do Congresso até um mês após a nomeação.
Castillo fez o anúncio por meio de suas redes sociais, agradecendo à demissionária. “Agradeço o apoio de Mirtha Vázquez, assim como o dos titulares das diferentes carteiras”, afirmou. “Seguiremos pelo caminho do desenvolvimento pelo bem do país.”
O presidente ainda escreveu que “o gabinete está em constante avaliação” e que esta seria a razão pela qual teria decidido renová-lo.
A troca de equipe, porém, se dá em meio a uma nova crise política desencadeada com a saída do governo de Avelino Guillén, que estava à frente do Ministério do Interior e entrou em choque com o comandante geral da polícia nacional, Javier Gallardo. O ministro era contra uma série de promoções de oficiais.
Vázquez vinha tentando, a pedido de Castillo, que Guillén retirasse seu pedido de renúncia. Num encontro com o presidente na manhã desta segunda (31), anunciou ter falhado. Em suas redes sociais, afirmou: “Apesar dos esforços realizados, a essa altura, meu papel se esgotou”.
Em documento entregue a Castillo, a primeira-ministra demissionária disse que o governo se encontra “em um momento crítico” e que “pelo respeito às linhas institucionais, coloco em dúvida a possibilidade de que realizemos mudanças importantes ao país”.
Agora Castillo terá de escolher seu terceiro gabinete, tendo assumido a Presidência em 28 de julho. Mirtha Vásquez havia sido escolhida após a saída de Guido Bellido, que responde a processos por corrupção e apologia do terrorismo, por ter feito comentários elogiosos ao Sendero Luminoso –guerrilha que, em enfrentamento com o Estado, causou a morte de mais de mais de 70 mil peruanos.
Avelino Guillén afirma ter apresentado sua renúncia devido à falta de apoio do mandatário em suas denúncias de que havia irregularidades na polícia.
Entre outros, recebeu apoio de ministros-chave do atual governo, como Pedro Francke, da Economia, que escreveu em suas redes sociais: “Expresso toda a minha solidariedade a Avelino Guillén, um paladino na defesa dos direitos humanos. No gabinete foi pontual na luta contra a corrupção. Estimado Avelino, estou certo de que continuaremos encontrando-nos na luta por um país melhor”.
O pedido de renúncia de Guillén se deu no último dia 28, e desde então o governo vinha fazendo esforços para que ele permanecesse. Em uma entrevista recente, antes da saída, porém, o ex-ministro afirmou que o presidente teria preferido não intrometer-se em sua fricção com a polícia nacional. “Isso não pode ser, se o presidente não me apoia, não tenho porque ficar”, disse.
Guillén fez críticas ao modo como a polícia nacional estava se reorganizando depois de um corte de orçamento, deixando áreas importantes desprotegidas, e fazendo “promoções seletivas”, principalmente na região de Lima.
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