Presos soltos no Natal cometem crimes no Estado de SP
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Presos soltos no Natal cometem crimes no Estado de SP.
Em Sorocaba, entre a véspera e o dia de Natal, foram registrados 13 furtos e roubos de veículos em vários bairros da cidade
No feriado prolongado, presos beneficiados pela saída de Natal cometeram uma série de crimes no interior e no litoral de São Paulo. Em pelo menos quatro ocorrências, criminosos identificados pela polícia haviam sido autorizados a passar o Natal com as famílias, mas acabaram envolvidos em delitos.
Na madrugada de domingo, 27, uma família de turistas de São Paulo foi assaltada e mantida como refém em uma casa em Itanhaém, litoral sul paulista, por cerca de três horas. Os criminosos invadiram a casa, dominaram 12 pessoas, incluindo as crianças e os idosos, roubaram o que havia de valor e fugiram com o carro da família.
Cercados em um bloqueio na Rodovia Padre Manoel da Nóbrega, os bandidos trocaram tiros com a PM, mas foram presos. Um dos assaltantes foi baleado. Dois eram menores e o outro tinha saído da prisão para passar o Natal com a família.
Alerta
Em Sorocaba, entre a véspera e o dia de Natal, foram registrados 13 furtos e roubos de veículos em vários bairros da cidade. Famílias foram dominadas dentro de casa nos bairros Central Parque, Verde Vale e Júlio de Mesquita. Policiais militares postaram áudios em redes sociais recomendando que as pessoas evitassem sair de casa.
“Está demais, fiquem tranquilos nas casas de vocês, só saiam em caso de extrema necessidade. Os caras estão de saidinha e pegando o que cair na rede, carro, moto, televisão. Eles têm de pagar o partido (a facção criminosa PCC) e saíram para pegar dinheiro”, alerta, no áudio, o policial que pede para não ser identificado por temer punição.
Em São José do Rio Preto, um detento saído da penitenciária de Andradina foi preso ao tentar assaltar a chácara onde um policial civil comemorava o Natal com a família.
Na noite de sábado, pai e filho foram mortos durante assalto a uma chácara no bairro Varejão, em Itu. Luiz Carlos Monteiro, de 49 anos, era caseiro e chegava de carro da missa com os filhos Wesley, de 23, e William, de 22, quando surpreendeu três bandidos saqueando o local. Eles carregavam os objetos em um caminhão e, ao serem abordados, atiraram contra a família. O pai e Wesley morreram na hora. William, também baleado, foi internado em estado grave no Hospital São Camilo. Ninguém foi preso. A PM suspeita que pelo menos um dos criminosos estava em liberdade temporária.
Já em Praia Grande, litoral sul, dois turistas foram mortos a tiros por assaltantes, em horários diferentes, ao passarem de carro no semáforo de uma avenida movimentada do bairro Ocean, na madrugada do dia 25. O aposentado Carlos Roberto Duarte, de 69 anos, estava com a mulher, a professora Maria da Conceição Duarte, de 65, e não parou ao ser abordado por três homens. A mulher foi baleada na cabeça e morreu.
No outro caso, três horas depois, Pedro Henrique Tecedor, de 42 anos, morreu ao ser baleado ao lado da mulher, Aretuza, de 41. Um adolescente de 16 anos, denunciado pelo pai, confessou a participação em um dos crimes, mas não revelou os comparsas. Segundo o pai, ele havia sido procurado por um detento libertado para o Natal.
Em São Carlos, dois homens armados invadiram a casa de um empresário na sexta-feira, mas ele viu a ação pelas câmeras de monitoramento e avisou a PM. Os criminosos foram perseguidos e presos. Um deles, de 37 anos, tinha sido beneficiado pela saída de fim de ano.
No mesmo dia, em Taubaté, a PM prendeu dois homens que tinham acabado de dominar os ocupantes e roubar um carro, no Jardim das Nações. Um deles tinha sido beneficiado pela saída temporária. Em Jundiaí, um homem que havia recebido autorização para sair da prisão no Natal foi morto com seis tiros, no bairro do Varjão.
Balanço
Quase dez mil presos foram beneficiados com a saída temporária em todo o Estado. Segundo a Secretaria da Administração Penitenciária, o benefício é previsto em lei e depende de autorização judicial, que leva em consideração o bom comportamento, além do cumprimento de 1/6 da pena, se primário, ou de 1/4, se reincidente.
Com informações do Estadão Conteúdo.