Primeiro saque pode ser chave para Bia Haddad vencer número 1 do mundo
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Com 1,85 metro de altura, tem vantagem no serviço inicial em relação a grandes adversárias do ranking feminino, incluindo a número 1 do mundo, a polonesa Iga Swiatek, que ela enfrenta nesta quinta-feira (8) para tentar garantir uma vaga na final do campeonato francês
ESPORTES - Desde que Maria Esther Bueno foi às semifinais no Aberto dos Estados Unidos de 1968, nenhuma brasileira havia chegado entre as quatro últimas concorrentes a um título de Grand Slam, que reúne os quatro maiores torneios do tênis mundial.
Primeira brasileira a alcançar a semifinal da era aberta de Roland Garros, a tenista Bia Haddad, 27, tem um primeiro saque acima da média, que pode ser uma arma na disputa mais importante de sua carreira até agora.
Com 1,85 metro de altura, tem vantagem no serviço inicial em relação a grandes adversárias do ranking feminino, incluindo a número 1 do mundo, a polonesa Iga Swiatek, que ela enfrenta nesta quinta-feira (8) para tentar garantir uma vaga na final do campeonato francês.
A começar pelo número de aces -pontos feitos direto no saque. A média da Bia é de 2,42 por jogo versus 1,50 da polonesa, considerando o número de partidas que cada uma jogou em 2023.
A brasileira tem 70,8% de aproveitamento no primeiro serviço. Está acima de Swiatek (65,8%) e apresenta performance superior à média das dez primeiras colocadas do ranking profissional (de 62,4%). Os dados analisados pela Folha consideram as partidas de 2023 da WTA (Associação de Tênis Feminino), que rege o circuito.
Bia costuma confirmar seu serviço (vencer o game no qual está sacando) em 75% das vezes, no páreo com as dez mais bem colocadas -posto que ela pode alcançar no ranking, ao final do torneio, caso vença nesta quinta. A polonesa a supera nesse quesito: ganhou em 82% dos games nos quais esteve com o controle do saque neste ano.
O jogador de tênis tem direito a duas tentativas de saques por ponto, o que lhe permite arriscar mais no primeiro serviço, com mais força e direcionamento nos ângulos. O primeiro serviço de Bia é muito rápido (atingiu quase 190 km/h em 2022, o mais veloz da temporada, segundo relatório do Statista), o que aumenta suas chances de aces.
O problema, em relação à adversária polonesa, é a manutenção do serviço como um todo. A número 1 do mundo pode não mostrar um primeiro saque tão potente quanto o de Bia, mas, ao errar, se garante no segundo e comete menos duplas faltas (quando um jogador erra os dois saques).
Em 2023, Bia fez mais aces, mas também cometeu mais duplas faltas do que a adversária (2,5 por jogo, contra apenas 1,2 da número 1). Embora seja apenas um entre tantos golpes, o saque tem peso importante no conjunto de um tenista, ao lhe dar o controle de ritmo de um ponto.
Bia teve um aproveitamento de 49,6% do segundo serviço contra 55,6% da polonesa nas partidas deste ano.
No jogo contra a tunisiana Ons Jabeur, número 7 do mundo, Bia fez três aces. O saque foi um importante aliado no segundo set, quando ela começou a virar o jogo, assim como sua capacidade de salvar break points (quanto um atleta tem a chance de vencer um game no qual o adversário é o sacador).
Essa é outra marca positiva de Bia, que salvou 58% dos break points neste ano. A média das dez primeiras colocadas é de 59%, e a da polonesa, de 50% -que, por vezes, enfrenta adversárias mais difíceis por estar no topo do ranking.
Bia chegou à semifinal após vencer Jabeur por 2 sets a 1, parciais de 3/6, 7/6 (7/5) e 6/1, em 2 horas e 29 minutos de jogo.
Desde que Maria Esther Bueno foi às semifinais no Aberto dos Estados Unidos de 1968, nenhuma brasileira havia chegado entre as quatro últimas concorrentes a um título de Grand Slam, que reúne os quatro maiores torneios do tênis mundial.
|IDNews® | Folhapress | Beto Fortunato |Via NBR | Brasil