PSD quer ficar neutro na eleição presidencial, mas Kassab e Pacheco acenam a Lula
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O presidente do Senado recebeu Lula nesta quarta-feira, 13, para uma reunião em Brasília
O presidente do PSD, Gilberto Kassab, anunciou nesta quinta-feira, 14, que o partido vai adotar neutralidade na eleição presidencial. Na prática, a decisão vai liberar os diretórios estaduais para apoiarem os candidatos a presidente que preferirem. De acordo com Kassab, tanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quanto o presidente Jair Bolsonaro (PL) têm o endosso do PSD em cerca de dez Estados.
Em nota divulgada nas redes sociais, Kassab também disse que vai anunciar sua posição individual em relação à disputa pelo Palácio do Planalto. “No momento apropriado, de modo a não interferir na boa governança partidária, já que ocupo a presidência nacional do PSD, compartilharei minha preferência pessoal para este pleito”, declarou.
O dirigente tem um canal próximo de diálogo com o petista e deve apoiá-lo publicamente. Em conversas reservadas, integrantes do PSD também dizem que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), deve repetir repetir o gesto de Kassab e também anunciar sua decisão pessoal. O partido ainda calcula como e em que momento isso será feito, pois, por ter a posição institucional de comandar o Congresso, Pacheco vai precisar agir com cautela durante as eleições.
O presidente do Senado recebeu Lula nesta quarta-feira, 13, para uma reunião em Brasília. Foi o primeiro encontro pessoal dos dois e a conversa girou principalmente sobre as ameaças de Bolsonaro de não reconhecer o resultado das eleições caso perca. Kassab disse que a reunião foi boa tanto para Lula quanto para Pacheco.
“Foi muito boa institucionalmente para ambos, o Lula visitando um chefe de Poder, o Rodrigo recebendo um candidato importante. Bom para o Brasil e mostra que as instituições estão funcionando, que a campanha tem alto nível”, afirmou ele ao Estadão.
Em Minas Gerais, o PSD já decidiu que estará com Lula. O presidente do partido no Estado é o senador Alexandre Silveira, braço direito de Pacheco no Senado e secretário-geral da sigla. Silveira, que já comandou o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) durante a gestão de Lula na Presidência, embarcou na campanha presidencial petista. O ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD), pré-candidato a governador, também tem procurado associar seu nome ao de Lula na campanha estadual.
Além de Minas, o PSD já declarou apoio a Lula em outros Estados, como Bahia, Rio, Mato Grosso, Amazonas e Pernambuco. Ainda assim, o PSD é bolsonarista nos Estados do Sul e em parte do Norte, como Rondônia e Roraima. O pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, tem o apoio da sigla apenas no Ceará, sua base eleitoral.
“Foram ouvidos parlamentares (em todos os níveis), dirigentes partidários, líderes de todos os cantos do país. A constatação é que não temos unidade para caminhar coligados com um candidato de outro partido”, disse Kassab na nota divulgada nas redes sociais.
“Diante das opções existentes, haveria preferências diversas no partido não apenas quando consideramos o Brasil, mas em instâncias partidárias dentro de Estados e, até, de municípios”, completou.
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