Queiroga diz que ‘não adianta’ exigir passaporte da vacina contra Covid
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Em pesquisa Datafolha recente, 81% dos brasileiros com 16 anos ou mais se disseram a favor da apresentação de comprovante para a entrada em locais fechados, como escritórios, bares, restaurantes e casas de shows
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, criticou neste sábado (22) em Manaus a adoção do passaporte vacinal como medida para incentivar a vacinação contra a Covid-19 no Brasil.
“Não queremos obrigar as pessoas a tomar vacina. Queremos convencer. Esse é o melhor caminho para vencer nosso único inimigo que é o vírus. Não precisamos de tanto tensionamento, de discutir tantas questiúnculas pequenas e laterais. […] Não adianta passaporte disso ou daquilo”, afirmou.
Em pesquisa Datafolha recente, 81% dos brasileiros com 16 anos ou mais se disseram a favor da apresentação de comprovante para a entrada em locais fechados, como escritórios, bares, restaurantes e casas de shows. Outros 18% são contrários à cobrança do “passaporte” vacinal, e 1% não soube responder.
Queiroga chegou de mãos dadas com a mascote Zé Gotinha no ato que aconteceu no Sambódromo de Manaus. Ele comandou evento para incentivar a vacinação nos sete estados na região Norte, que reúne estados com os piores índices de imunização do país.
O Amazonas, que enfrentou dois colapsos do sistema da saúde, passa pela terceira onda com explosão de casos e aumento de internações, mas em proporções menores que nas duas crises de 2020 e 2021.
Nesta sexta (21), houve recorde de infectados por Covid-19 em 24 horas, com 8.063 novos casos da doença. O estado registra aceleração da infecção, com tendência de aumento desde a semana passada e tem 558 pessoas internadas por Covid-19.
Em discurso, Queiroga disse que, um ano após o impacto da variante gama no sistema de saúde, o país tem uma capacidade de melhor resposta à Covid-19.
“Para redução expressiva de óbitos foi necessária a ação de todos. E a nossa principal política pública foi a nossa campanha de vacinação contra a Covid-19”, disse o ministro.
Ele afirmou que poucos países do mundo tiveram a capacidade de aplicar vacinas como o Brasil e que isso só foi possível devido a uma estratégia diversificada de compra dos imunizantes. E destacou o papel do governo neste processo: “Quando eu assumi o ministério, as pessoas chegavam lá quase chorando por vacina e hoje as vacinas estão aí.”
A investigação da CPI da Covid, em 2021, apontou a morosidade na compra de vacinas no governo federal e suspeitas de tentativas de compra de doses superfaturadas em paralelo ao avanço de mortes de brasileiros na segunda onda da doença.
Queiroga defendeu o aumento da testagem e isolamento dos infectados pela Covid-19, seguindo a recomendação do Ministério da Saúde. E afirmou que, até o final de fevereiro, 40 milhões de testes serão distribuídos a estados e municípios, que já registram falta destes instrumentos de controle da pandemia.
O ministro disse ainda que o governo federal irá disponibilizar para estados e municípios doses da Coronavac para a vacinação infantil.
“A vacinação das crianças já está devidamente autorizada. E agora, com a autorização da Anvisa, vamos disponibilizar um segundo imunizante e todos os pais, que quiserem vacinar seus filhos, a vacina estarão disponíveis.”
Contudo, não deu um indicativo de quando a Coronavac passará a ser distribuída para a vacinação infantil.
Em entrevista à imprensa, Queiroga não respondeu às perguntas sobre a visita na quarta (19) que fez à família da menina de Lençóis Paulista, caso de arritmia cardíaca que o Ministério descartou relação com a aplicação da vacina.
Queiroga assinou em Manaus convênio de que prevê a renovação de contratos de 108 profissionais para atenção básica do Mais Médicos.
Cerca de 1.800 funcionários municipais estão afastados do serviço porque contraíram Covid ou influenza. O prefeito de Manaus, David Almeida, declarou esta semana que o maior problema atual da cidade é a falta de profissionais de saúde.
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