Renan afirma que pode comprovar superfaturamento na Covaxin
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Renan afirma que pode comprovar superfaturamento na Covaxin
Renan citou reportagem que revelou que o governo de Jair Bolsonaro fechou contrato para a compra do imunizante por um preço 50% mais alto do que o valor inicial da oferta
Durante o depoimento do ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, o relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou que há comprovação de que houve superfaturamento na compra da vacina indiana Covaxin, cujo negócio foi intermediado pela Precisa Medicamentos. Renan citou a reportagem do Estadão/Broadcast, que revelou que o governo de Jair Bolsonaro fechou contrato para a compra do imunizante por um preço 50% mais alto do que o valor inicial da oferta, de US$ 10 por dose.
Como mostrou o Estadão/Broadcast, a primeira reunião técnica do Ministério da Saúde com representantes do laboratório Bharat Biotech, fabricante da vacina, e da Precisa Medicamentos, que intermediou o contrato, ocorreu em 20 de novembro. Na ocasião, segundo registrado no documento intitulado “Memória do Encontro”, foi informado o valor de US$ 10 com a possibilidade de o preço baixar a depender da quantidade de doses que o governo brasileiro comprasse. O documento foi exibido por Renan durante a sessão.
Governistas protestaram contra as afirmações do relator e afirmaram que a citação do valor de US$ 10 não faria parte de uma proposta oficial. “Isso é memória de reunião, não é proposta”, afirmou o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE).
O então “número 2” do Ministério da Saúde, coronel Élcio Franco, comandou a reunião com o empresário Francisco Maximiano, sócio da Precisa Medicamentos, e representantes da Bharat Biotech – estes últimos via videoconferência. A Precisa informou, na ocasião, que teria disponibilidade de oferecer 46 milhões de doses, com entrega prevista para o fim do primeiro trimestre de 2021.
Renan disse ainda que a exoneração de Ferreira Dias seria uma “confissão do governo sobre irregularidades nas vacinas”. O ex-diretor então respondeu que sua demissão se deveu ao “fato esdrúxulo e inexistente” de que ele teria apresentado uma proposta de propina na oferta de 400 milhões de doses da AstraZeneca. A acusação foi feita pelo policial Luiz Paulo Dominguetti, que não apresentou provas.
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