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Restaurante em prisão que oferece menu feito por presos


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Restaurante em prisão que oferece menu feito por presos
Jantar na Fortezza Medicea, em Volterra, custa 35 euros

13ABR2017|8h23 – Bruna F Rodrigues – Mordomia - ANSA

Condenados por assassinato, latrocínio e até mesmo envolvimento com a máfia, os detentos da prisão Fortezza Medicea, em Volterra, no noroeste da Itália, também são conhecidos por comandarem um restaurante inusitado localizado dentro da penitenciária.

O projeto “Le Cene Galeotte” nasceu em 2005 a partir de uma iniciativa da diretora da “Casa de Reclusão de Volterra”, a italiana Maria Grazia Giampiccolo, em colaboração com o Ministério da Justiça da Itália. A ideia é oferecer a cerca de 30 detentos um novo “caminho” para a sua reintegração na sociedade.

A iniciativa visa a oferecer um curso de gastronomia para os detentos, considerados futuros profissionais da indústria hoteleira. O restaurante abre apenas uma vez por mês e na noite do jantar, os prisioneiros acompanhados de famosos chefs italianos preparam, juntos, o cardápio que será servido para os clientes.

O jantar, que entrou para o calendário da boa gastronomia italiana, acontece dentro do presídio, na antiga capela do local. No pátio interno, a partir das 19h30, os clientes já podem saborear um aperitivo.

No cardápio, há algumas especialidades da culinária local como bacalhau com grão de bico, coelho, carne ensopada ao vinho.O jantar completo custa 35 euros por pessoa.

Com luzes de velas, garçons rigorosamente uniformizados e homens especializados em vinhos italianos, o jantar é servido pontualmente às 20h30. No último dia 24 de março, a refeição foi coordenada pelo chef do restaurante do hotel “Villa Cora” de Florença, Alessandro Liberatore.

Em entrevista à ANSA, o italiano contou que o “menu é decidido com base no que eu vou trabalhar na cozinha. Avalio se o ambiente é cômodo, e assim decido um menu prático”, disse.

Na cozinha da penitenciária, ele é basicamente um professor. Acompanhado de dois ajudantes, o chef executivo prepara tudo, “antipasto, sobremesa, e ensino como se faz o menu, as técnicas que usarei para fazer esse tipo de prato. É uma espécie de escola da minha parte para os garotos”, ressaltou.

Para Liberatore, a maior dificuldade de cozinhar na Fortalezza de Volterra é “poder cozinhar e repor, mantendo a comida sempre quente” já que “a cozinha fica a 60 ou 70 metros da sala” em que os pratos são servidos.

Todos os alimentos preparados e as bebidas usadas pelo projeto são recebidos por meio de doação. Por sua vez, a renda arrecadada é destinada a uma organização beneficente.

Para visitar o famoso restaurante é preciso fazer uma reserva com alguns dias de antecedência na Agenzie Toscana Turismo ou acessar o site www.cenegaleotte.it. No entanto, os dados dos clientes passam por uma verificação de antecedentes criminais antes da confirmação da visita.

O próximo jantar preparado pelos prisioneiros acontecerá no dia 21 de abril e terá a chef Beatrice Segoni, do restaurante Konnubio, de Florença, como responsável.

A Fortalezza de Volterra foi construída no fim da Idade Média como um cárcere político. Na última década, a penitenciária se tornou uma referência importante para os italianos e estrangeiros na recuperação de prisioneiros que foram condenados a longas penas. (ANSA)

Beto Fortunato

Jornalista - Diretor de TV - Editor -Cinegrafista - MTB: 44493-SP

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