Samarco foi alertada 2 vezes sobre rompimento de barragem
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Samarco foi alertada 2 vezes sobre rompimento de barragem
Ministério Público de Minas Gerais investiga os motivos que levaram à tragédia
O Ministério Público de Minas Gerais está mergulhado em documentos que podem ajudar a desvendar o conjunto de motivos que levou ao rompimento da barragem de Fundão, o maior desastre ambiental da história do Brasil, ocorrido em setembro.
O órgão detectou que o problema começou ainda em 2007, quando do pedido da autorização da construção da barragem por parte da Samarco. O promotor Carlos Eduardo Ferreira Pinto disse ao programa “Fantástico” que, mesmo sem ter apresentado um projeto executivo, com detalhes técnicos da construção, a empresa obteve uma licença prévia – a Samarco teria apresentado apenas informações básicas do projeto.
“É um erro grave. Se não havia projeto executivo, nós temos aí um problema grave”, avaliou o atual responsável pela concessão de licenças na Secretaria de Meio Ambiente de Minas Gerais, Geraldo Abreu. Por meio de seu advogado, Maurício Campos Júnior, a Samarco confirmou que não entregou um projeto executivo, mas “todos os dados relevantes”.
PROBLEMA 2
O Ministério Público verificou também que, em 2005, antes do início das obras de Fundão, havia uma pilha de material descartado pela Vale de uma mina vizinha. No processo de licenciamento, foi pedido que a Samarco resolvesse o problema, o que não ocorreu. Em 2013, o MP descobriu que uma empresa de engenharia contratada pela Samarco alertou que a água acumulada na base da pilha comprometia a segurança operacional da barragem.
Em 2014, mais um alerta, dessa vez de um consultor contratado pela Samarco. Joaquim Pimenta de Ávila disse que havia trincas que poderiam ocasionar a ruptura da barragem.
Ainda segundo a matéria do Fantástico, o MP vai precisar de mais dois meses para analisar mais documentos e finalizar a investigação.