Senado é pressionado para votar impeachment ainda em abril
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Senado é pressionado para votar impeachment ainda em abril, se o afastamento foi aceito, a presidente será afastada por até 180 dias, prazo máximo para a conclusão do julgamento
A Câmara dos Deputados está pressionando o Senado e o Congresso Nacional para decidirem em breve sobre o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Se o afastamento foi aceito, a presidente será afastada por até 180 dias, prazo máximo para a conclusão do julgamento.
Segundo o jornal O Globo, o presidente do Senado e do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL) estão sendo pressionados para que não haja atrasos que deixem o “país em suspenso”. Embora senadores da oposição e alguns da base estejam tentando evitar protelação, ainda há divergências na Casa. Alguns querem que o processo seja votado na última semana de abril, após o feriado de Tiradentes. Outros, na segunda semana de maio.
Até mesmo senadores aliados ao governo acreditam que se o processo for aprovado na Câmara, dificilmente será barrado no Senado, devido à pressão para que o assunto seja rapidamente resolvido.
No entanto, há também a preocupação de se cumprirem as regras para evitar a judicialização do processo pelo governo e pelo PT.
Renan tem sido pressionado para definir o cronograma no Senado e agilizar a instalação do impeachment e o imediato afastamento da presidente. No entanto, o ministro, que atuado nos últimos tempos para ajudar o governo, está adotando postura cautelosa em relação à discussão.
Prazos
A reportagem d’O Globo destaca que o calendário oficial feito por técnicos do Senado indica que a aceitação do processo de impeachment seria votado em plenário no máximo até 10 de maio. Os partidos lutam para tentar encurtar prazos.
O grupo ligado ao vice-presidente Michel Temer quer que a votação seja entre 26 e 27 de abril, ou seja, dez dias após a votação de domingo. Enquanto isso, outros defendem que a decisão deve ocorrer primeira semana de maio, por volta do dia 4.
“A esta altura, não farei nada que manche minha biografia”, afirmou Renan a senadores da oposição, quando questionado se iria tentar alongar os prazos para beneficiar Dilma.
Além disso, Renan afirmou aos líderes que não gostaria de encurtar os prazos porque isso iria “desequilibrar o processo”.
Já o senador Romero Jucá (PMDB-RR), que também preside o PMDB e é a principal voz de Temer no Congresso, defende que, após aprovado na Câmara, o Senado precisa decidir a questão com rapidez. “Quanto menos tempo o Senado levar para definir a questão da admissibilidade e do afastamento, melhor para o país. Se passar na Câmara, haverá um hiato. Haverá uma vacância, uma falta de legitimidade para a presidente governar. O presidente do Senado não é superior aos fatos e, por isso, vai atuar de forma isenta”, argumentou Jucá.
A publicação ressalta ainda que o Senado será o responsável por decidir sobre o impeachment. O PMDB, partido de Temer, é quem deve indicar o relator, que deve ser o líder na Casa, Eunício Oliveira (CE). A comissão deverá ser presidida pelo PSDB, que tem 11 senadores e lidera o segundo maior bloco parlamentar.