Síria: a cronologia da guerra que já dura oito anos
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Síria: a cronologia da guerra que já dura oito anos
Conflito começou quando estudantes pintaram graffitis contra Bashar al-Assad
8:32 |Oriente Médio / Síria |2018ABR17
A guerra na Síria entrou no oitavo ano em março passado. Desde que estudantes pintaram graffitis contra Assad até os recentes bombardeios dos aliados ocidentais, passando pelo califado criado pelo Estado Islâmico, o país tem sido devastado por um conflito sem fim à vista. Nesta cronologia de sangue e destruição, mais de 500 mil pessoas morreram e cerca de 12 milhões de sírios (metade da população) tiveram de abandonar as próprias casas.
Depois do início da revolução na Tunísia, inspirado pelo que começava a ser chamado de Primaveras Árabes, um grupo de estudantes sírios pintou graffitis contra Bashar al-Assad. O regime respondeu com uma enorme repressão e violência, a que seguiram protestos nos meses seguintes, que acabariam em uma guerra civil.
Julho de 2012
Já com a oposição armada e organizada em diversos grupos, os confrontos com o regime se intensificam. Combatentes tentam capturar Damasco – o Exército Livre da Síria explode três postos de segurança na capital e conquista Aleppo – mas o governo resiste.
Agosto de 2013
O regime sírio ataca o enclave rebelde de Ghouta, nos subúrbios de Damasco, com recurso a armas químicas. Mais de 1.400 pessoas morrem. O Ocidente esteve prestes a lançar intervir com força militar, mas o então presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, recuou. Moscou e Washington chegam a um acordo para que as armas químicas de Damasco sejam destruídas, sob supervisão das Nações Unidas.
Janeiro de 2014
Aproveitando a ausência de poder em algumas áreas da Síria, na oposição a Assad, começam a ganhar força vários grupos jihadistas, que entram em confronto direto com os chamados rebeldes. Entre estes grupos está o autodesignado Estado Islâmico, que, em junho do mesmo ano, faz de Raqqa a própria capital e cria um califado, na Síria e no Iraque, de Aleppo à província iraquiana de Diyala. Com o mundo chocado pelas imagens que chegam do califado – enquanto milhares de sírios são obrigados a fugir do país e são bloqueados às portas da Europa -, a coligação liderada pelos Estados Unidos bombardeia a Síria, beneficiando os curdos que resistem, no Norte, aos avanços jihadistas.
Setembro de 2015
A Rússia, principal aliado de Damasco, entra na Síria em defesa de Assad. Os bobardeios russos tiveram como destino o autodesignado Estado Islâmico, mas foram direcionados também às cidades controladas por outros grupos rebeldes. Todos os que fossem oposição a Assad eram considerados terroristas. O tabuleiro da guerra muda completamente e o regime sírio começa a arrecadar várias vitórias, contando também com a ajuda vinda do Irã e do Hezbollah libanês.
Dezembro de 2016
Cerca de um ano depois, o regime de Damasco captura Aleppo, depois de um violento cerco a uma cidade destruída por bombas. Alguns meses antes, em março, Assad conseguiu tomar a histórica cidade de Palmira dos jihadistas, uma vitória simbólica que começava a revelar um Estado Islâmico em queda.
Abril de 2017
A Casa Branca já tem novo inquilino, Donald Trump, que coloca como prioridade destruir (o que ainda resta) dos jihadistas na Síria. No entanto, um ataque com gás sarin em Khan Sheikhun, controlada pelos rebeldes, causa 80 mortos e Washington ataca uma base militar síria em retaliação.
Fevereiro de 2018
A Síria está praticamente nas mãos de Assad, à exceção de alguns bastiões rebeldes, como Ghouta Oriental. O regime decide começar uma intensa ofensiva que causa mais de 1.200 mortos. Começam a surgir os relatos de utilização de armas químicas. Dois meses depois, em abril, os Estados Unidos, a França e o Reino Unido bombardeiam três supostos laboratórios estratégicos em Damasco, que produziriam armas químicas. O envio de 100 mísseis é justificado como resposta a um ataque a Douma, que causou cerca de 70 mortos. Agora, o temor é a escalada do conflito, mas os aliados garantem que o ataque foi feito apenas com o intuito de dissuadir Assad de voltar a usar armas químicas e não com a intenção de mudar o regime.