Soldados de Camarões aparecem em vídeo executando mulheres e crianças
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Soldados de Camarões aparecem em vídeo executando mulheres e crianças
Embora os crimes previstos no direito internacional, incluindo crimes de guerra e violações dos direitos humanos cometidos pelo…
8:27|EXTRA |2018JUL14| - Foto: © Reprodução/Twitter
Após autoridades do governo de Camaões afirmarem que era uma notícia falsa o vídeo que mostra duas mulheres e duas crianças sendo executadas por soldados, a Anistia Internacional emitiu um comunicado garantindo que os assassinatos foram cometidos pelo Exército. Especialistas analisaram as armas, diálogos e uniformes que aparecem no vídeo, usaram técnicas de verificação digital das imagens e ouviram testemunhas.
Segundo a organização, a investigação “reuniu evidências confiáveis de que foram soldados camaroneses retratados em vídeo que realizaram as terríveis execuções extrajudiciais de duas mulheres e duas crianças pequenas”. No entanto, ainda não se sabe precisar a data da gravação. Anistia Internacional afirmou que os soldados suspeitavam que elas fizessem parte do grupo terrorista Boko Haram, que atua principalmente na Nigéria.
“Dada a gravidade desses atos horríveis – o assassinato de mulheres e crianças pequenas, com sangue frio e calculado – essas negações apressadas e desdenhosas colocam sérias dúvidas sobre se qualquer investigação será genuína”, disse Samira Daoud, diretora adjunta do escritório da Anistia Internacional na África Ocidental.
As imagens, que circulam nas redes sociais, mostram uma mulher andando por uma rua de terra, segurando uma criança pela mão, enquanto outra caminha com um menino pequeno amarrado nas suas costas. Um homem com roupas militares e óculos escuros, com um rifle pendurado no ombro, segura uma das vítimas pelo pescoço e a agride algumas vezes.
“BH (Boko Haram), você vai morrer”, diz a pessoa que está gravando o vídeo, quando eles param de andar. As vítimas são vendadas, colocadas deitadas no chão, e executadas.
A organização documentou crimes sob a lei internacional, alguns em crimes de guerra, bem como violações de direitos humanos por membros das forças de segurança camaronesas em sua luta contra o grupo armado Boko Haram na região do extremo Norte do país.
“É fundamental que uma investigação adequada e imparcial seja realizada e os responsáveis por esses atos abomináveis sejam levados à Justiça”, frisou Daoud.
De acordo com analistas da Anistia Internacional, o vídeo provavelmente foi filmado na área de Mayo Tsanaga, na região Norte de Camarões. A vegetação é geralmente consistente e corresponde a outras imagens da área e existe uma base militar localizada no Mozogo nesta região.
“As evidências que fornecemos formam uma base firme para sugerir fortemente que os indivíduos que cometem essas atrocidades são membros das forças armadas de Camarões. Alguns indivíduos são claramente identificáveis e não podem ser autorizados a fugir com um ato tão hediondo com impunidade”, disse Samira Daoud.
O vídeo mostra os soldados usando rifles do tipo Galil e Kalashnikov. Embora as armas do tipo AK sejam comuns, o Galil, a arma especificamente usada na execução, raramente é encontrada na região. E a única força militar na área que transporta Galil é um pequeno subconjunto do Exército de Camarões.
Os uniformes dos soldados no vídeo também sugerem do Exército desse país e exibem padrões consistentes com várias unidades, incluindo a infantaria regular e o Batalhão de Intervenção Rápida (BIR), as forças especiais do exército camaronês.
“Embora os crimes previstos no direito internacional, incluindo crimes de guerra e violações dos direitos humanos cometidos pelo Boko Haram em Camarões sejam desprezíveis, absolutamente nada pode justificar os crimes cometidos por alguns membros das forças armadas”.
A Anistia Internacional pede que os suspeitos respondam por esses crimes sob a lei internacional, incluindo os superiores que sabiam ou deveriam saber que os subordinados estavam cometendo as execuções extrajudiciais, para serem levados à Justiça em julgamentos justos perante tribunais civis comuns