‘STF não permitirá essa violência’, diz Gleisi sobre condenação de Lula
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‘STF não permitirá essa violência’, diz Gleisi sobre condenação de Lula
Presidente do PT voltou a dizer que Lula será candidato e que nomes como os de Ciro Gomes ou Manuela D’Ávila, “do ponto de vista de viabilidade eleitoral, para enfrentar o establishment, terão muitas dificuldades”
29JAN2018| 7:19 - Avaliação - Foto: © Filipe Araújo/Fotos Públicas
Em entrevista à jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, a senadora Gleisi Hoffmann, presidente do PT, voltou a atacar os desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), após condenação de Lula a 12 anos de prisão, pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, no último dia 24.
Ela também disse acreditar que o Supremo Tribunal Federal (STF) vai resolver o problema. “O STF vai recolocar as coisas nos eixos. Nós avaliamos que o tribunal não permitirá essa violência. Esse processo dá margem a todos os recursos possíveis e imagináveis. Ele tem problemas de conteúdo, de uma condenação sem prova e sem crime, e problemas formais que podem gerar nulidade”, avaliou. “Nós ainda temos recursos judiciais para apresentar tanto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) quanto ao STF. Não acredito que a corte suprema vai deixar acontecer uma barbaridade dessas”.
Gleisi ainda reforçou a candidatura de Lula à Presidência. “É importante dizer que a candidatura do Lula não se define no âmbito da Justiça criminal e sim da Justiça Eleitoral. E essa discussão se dará a partir de 15 de agosto [data em que os partidos têm que inscrever seus candidatos no TSE]. Até lá vamos trabalhar com o Lula pré-candidato. Já temos uma agenda de caravanas e seminários para debater plano de governo. Lula continuará conversando com o povo brasileiro. Já houve vários casos de candidatos com sentença que continuaram até o final [das campanhas], se elegeram e foram empossados”, afirmou.
A senadora também destacou que o PT não trabalha com a possibilidade de o ex-presidente ser preso. “Nós não estamos trabalhando com a hipótese da prisão. Achamos que ela é a mais violenta possível. [Se ela ocorrer] Teremos um período de grande instabilidade das instituições. Como se justifica que você tem um líder popular da dimensão do Lula, que fez o que fez pelo Brasil, condenado injustamente e preso? Há reação sobre isso. E ela não é só da militância do PT. É uma reação nacional e internacional também”.
Ao ser questionada sobre nomes de presidenciáveis que poderiam ser apoiados pelo PT, a exemplo de Ciro Gomes, do PDT, e de Manuela D’Ávila, do PCdoB, no caso de Lula não concorrer ao pleito, Gleisi disse acreditar que eles terão muitas dificuldades. “Eu tenho muito respeito por essas candidaturas, mas do ponto de vista de viabilidade eleitoral, para enfrentar o establishment, a gente acha que terão muitas dificuldades”, destacou.
Ao comentar sua declaração, nos últimos dias, de que para prender Lula “vai ter que matar gente”, a senadora disse se tratar de “uma força de expressão”. “Eu fiquei abismada porque esse país aceita tantas verborragias de violência, como as do [Jair] Bolsonaro, as do juiz [Marcelo] Bretas, do Rio. O [reitor catarinense Luiz Carlos] Cancellier se suicidou. Não vi nenhum desses analistas de jornais que quase me trucidaram falar nada. É engraçado, né? A eles, tudo é permitido. A nós, nada. Então a gente não tem o direito nem de levantar a voz para protestar? Mas nós vamos levantar. E vamos fazer muito protesto”, pontuou.