Suposta menor explorada por casa de prostituição era golpista, diz polícia
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De acordo com o delegado da DDM, Marcel Fehr, a mulher praticava os golpes há mais de 10 anos e em vários estados do país, como: Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais e Rio Grande do Norte.
Uma suposta adolescente de 12 anos que alegou ter fugido para Jundiaí (SP) porque era explorada em uma casa de prostituição em Fortaleza (CE) foi identificada pela Polícia Civil como uma golpista de 34 anos. A informação foi divulgada nesta terça-feira (6) pela Delegacia de Defesa da Mulher de Jundiaí (DDM).
De acordo com o delegado da DDM, Marcel Fehr, a mulher praticava os golpes há mais de 10 anos e em vários estados do país, como: Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais e Rio Grande do Norte.
Segundo a polícia, a mulher se passava por uma adolescente vítima de abuso sexual para comover as pessoas em troca de abrigo, roupas e alimentação. As equipes descobriram o caso após começarem a investigar no mês passado a denúncia que ela mesma fez de que supostamente era mantida em cárcere privado e submetida à prostituição desde os 10 anos.
Ainda de acordo com as autoridades, a mulher dizia que era forçada a tomar injeções de hormônios para “ganhar corpo”, em Fortaleza, em uma casa onde além dela, haveria cerca de uma dezena de meninas a partir dos 8 anos de idade. Todas, inclusive ela, teriam sido criadas pelos donos dessa casa, “que se diziam pais” das meninas. A mulher relatou também que caso se recusasse a manter relações sexuais, era torturada com queimaduras de cigarros.
Mas o raciocínio dela, afirmou a polícia, é incompatível com uma pessoa de 12 anos de idade, que teria vivido uma vida inteira em cárcere privado.
Isso porque, na versão contada pela mulher, que até então se passava por uma adolescente de 12 anos de idade, ela teria fugido para a cidade de Jundiaí de carona com a ajuda de um caminhoneiro que era cliente desta casa de prostituição e supostamente estava “arrependido de ter relações sexuais com uma menor e a levaria a um lugar seguro”.
Durante as investigações do caso, ela chegou a ser acolhida pela Casa Transitória de Jundiaí e, depois, pelo Centro de Atendimento Psicossocial (CAPS) infanto-juvenil.
A identidade correta da suposta vítima só foi revelada depois que polícia localizou uma ocorrência divulgada por uma matéria jornalística há 12 anos, na qual uma jovem de 13 anos relatava sofrer as mesmas violências que a “adolescente” em Jundiaí.
A partir disso, a delegacia consultou o hospital onde a jovem passou por atendimento na época, em Natal (RN), e descobriu, através de fotos, que se tratava da mesma pessoa. Portanto, ela foi identificada como uma mulher de 34 anos, de nome diferente do relatado à polícia.
“Ela confessou que tinha o costume de fazer isso, porque, há doze anos, quando o fez pela primeira vez, as pessoas se comoveram e a ajudaram com comida, abrigo, roupas, alimentação, remédios, dinheiro”, informou a Polícia Civil.
A mulher foi indiciada pelo crime de falsidade ideológica e, segundo a polícia, não está mais em Jundiaí. O caso será encaminhado para o Ministério Público e ao Poder Judiciário para as demais providências.
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