Uso de ácido glioxílico é liberado na comunidade muçulmana
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Uso de ácido glioxílico é liberado na comunidade muçulmana
Interação entre CDMF e Katléia soluciona questão relacionada à purificação adequada dos cabelos alisados com o ácido glioxílico e conquista permissão da comunidade muçulmana (“Halal”) para uso desse produto
03JUN2017| 9h20 - JOSÉ ANGELO SANTILLI
O uso de Formaldeído (Formol) foi proibido na comunidade muçulmana pelo Halal, pois foi constado que um filme (polímero) se forma dentro da fibra capilar impedindo que a água limpe (purifique) adequadamente a fibra. Nesse contexto, o uso do ácido glioxílico que também é um alisante ácido de fórmula semelhante ao formol também foi questionado pela mesma comunidade.
A Katléia, Centro Avançado de Diagnóstico Capilar, laboratório especializado em testes físico-químicos de fibras capilares, spin-off do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF), foi contratada para verificar se a água permeava o interior das fibras capilares alisadas com ácido glioxílico promovendo a limpeza e purificação adequada da mesma. O CDMF é um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) apoiados pela FAPESP.
Para se investigar a questão utilizou-se o ensaio de resistência mecânica de fibras capilares virgens, alisadas com formaldeído e ácido glioxílico em um estudo comparativo.
“A tensão de ruptura da fibra do cabelo, bem como sua deformação na ruptura, se modificam conforme o grau de hidratação da fibra capilar. Assim, quando a fibra está com 100% de umidade ela tem menor tensão de ruptura e maior deformação específica”, explica Valéria Longo, diretora da Kapléia. (Vide Figura 1).
Depois de diversos ensaios de fibras capilares secas e molhadas as curvas de tensão x deformação das fibras alisadas com ácido glioxílico se apresentam muito semelhantes ao dos padrões virgens, ao contrário do o que ocorreu com as fibras alisadas com formaldeído. A Katléia e o CDMF também elucidaram os mecanismos de modificações físico-químicas que ocorrem durante o alisamento com o formaldeido e com o ácido glioxílido. Ficou demonstrado que o ácido gloxílico não se polimeriza dentro da fibra como ocorre com o formaldeído.
O estudo foi verificado pela comissão científica do Halal e o uso do ácido glioxílico foi liberado na comunidade depois de sua aprovação.
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Figura 1.
Legenda: Curva de tensão ou força x deformação de uma fibra capilar e estrutura da queratina.
Contato com Valéria Longo, diretora da Katléia