Valor da cesta básica tem queda em Araraquara
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Valor da cesta básica tem queda em Araraquara
Pesquisa realizada pelo Sincomercio mostra que os preços dos itens básicos de alimentação reduziram, seguindo tendência da inflação
15JAN2017| 7:38 Fernanda Stella Cavicchia
O levantamento realizado pelo Núcleo de Economia do Sindicato do Comércio Varejista de Araraquara (Sincomercio), que atua em parceria com o Núcleo de Conjuntura, Finanças e Empreendedorismo da Unesp Araraquara, mostra uma tendência de queda nos preços dos alimentos que compõem a cesta básica.
De acordo com Délis Magalhães, responsável pela pesquisa de cesta básica feita semanalmente em supermercados da cidade, em janeiro deste ano foi identificado um pequeno aumento no valor dos itens em relação ao mesmo período do ano passado. Apesar dessa elevação, “a tendência é que o valor da cesta básica se estabilize e mantenha a trajetória de desaceleração, seguindo o mesmo caminho da inflação”.
No acumulado dos 12 meses de 2016, a cesta básica araraquarense teve um aumento de 6,53%. Porém, no segundo semestre, o valor desacelerou e em novembro e dezembro chegou a registrar uma variação negativa. Segundo a pesquisadora, a leve elevação do valor aferida em janeiro deste ano não será capaz de reverter o cenário de queda traçado no final do ano. Isso significa que os preços dos alimentos devem continuar caindo em Araraquara, puxados pela queda da inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o acumulado de 12 meses do IPCA batia dois dígitos no início do ano passado (10,35). Em janeiro de 2017, o acumulado fechou em 5,35 pontos. De dezembro para janeiro, o índice teve uma leve aceleração – de 0,30% para 0,38%. Apesar da variação positiva, essa foi menor alta do IPCA para o mês de janeiro desde 1979, considerando que o início do ano é historicamente marcado pela elevação dos preços.
Os grupos que mais pressionaram o IPCA para baixo foram: alimentação e bebidas (-0,29%), habitação (-0,22%), artigos de residência (-0,35%) e vestuário (-0,04%). As demais classificações apresentaram aumento, com destaque para comunicação (0,83%) e saúde e cuidados pessoais (0,64%).
“Um dos pontos principais que favoreceram o recuo dos preços é a própria queda na demanda das famílias, que ainda permanecem em um momento de restrição de orçamento. O encolhimento na renda familiar tem gerado uma pressão forte para que os preços, principalmente dos alimentos, se mantenham estáveis e baixos”, avalia Délis.
Dados da Fecomercio
De acordo com a pesquisadora do Sincomercio, os brasileiros adquiriram um novo comportamento diante da crise econômica. “Observamos que as famílias têm agido com mais cautela, planejando o orçamento”, afirma Délis. Essa situação pode ser verificada a partir da pesquisa feita pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), que aponta que o nível de endividamento das famílias caiu 2,7 pontos percentuais entre dezembro de 2016 e janeiro de 2017.
Para a Fecomercio SP, a redução nos níveis de endividamento e inadimplência constatada em janeiro de 2017 pode ser explicada pela opção do consumidor em quitar algumas dívidas com recursos da segunda parcela do 13º salário e reduzir a aquisição de novos financiamentos em função da instabilidade econômica.