Venda de fatia do pré-sal pode render até US$ 28 bi
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Venda de fatia do pré-sal pode render até US$ 28 bi
Estimativa foi feita pelo ministro de Minas e Energia, Moreira Franco
9:42 |FOLHAPRESS | 2018JUN29 |
O projeto de lei que permite à Petrobras vender participação em reservas cedidas pelo governo federal em 2010 pode render à estatal US$ 28 bilhões (R$ 108 bilhões), calcula o MME (Ministério de Minas e Energia).
A estimativa foi feita pelo ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, em palestra na Escola Superior de Guerra na quarta (27).
A projeção considera a possibilidade de venda de até 70% de participação nos campos, que foram cedidos pelo governo no processo de capitalização da estatal.
Em troca de ações para a União participar do aumento de capital, a Petrobras ganhou o direito de explorar até cinco bilhões de barris do pré-sal, em uma operação conhecida como cessão onerosa.
O contrato está sendo revisto para adequar os termos à nova realidade de preços do petróleo.
O projeto de lei que permite a venda de participação na área é considerado fundamental para que o governo federal possa licitar reservas excedentes descobertas na área. Mas enfrenta a resistência da oposição e sindicatos ligados à Petrobras.
“Uma vez aprovada, a mudança deverá render à Petrobras em torno de US$ 28 bilhões”, disse Moreira Franco em sua palestra para um público formado por militares, mas fechada à imprensa.
“Isso aumentará a capacidade financeira da empresa e o valor de suas ações”, acrescentou o ministro.
Na época em que o contrato foi assinado, a Petrobras pagou à União um volume de ações equivalente a R$ 74,8 bilhões.
A lei que permitiu a operação, porém, impedia a venda de participação a outras empresas.
Atividades exploratórias indicaram que há muito mais petróleo nas áreas do que os cinco bilhões de barris cedidos à empresa.
Em 2013, o governo tentou passar esse excedente diretamente à estatal.
Porém, a operação foi suspensa por questionamentos do TCU (Tribunal de Contas da União).
Agora, parte das reservas adicionais devem ser usadas para compensar a estatal pela queda no preço do petróleo desde a assinatura do contrato e o restante, levado a leilão.