Vereador relembra passado indígena e defende a comemoração de Araraquara mais de 200 anos
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Vereador relembra passado indígena e defende a comemoração de Araraquara mais de 200 anos
Lopes citou estudos de materiais arqueológicos, principalmente de cerâmica, encontrados na região de Araraquara que
26ABR2017| 08h48 - Passado Indígena
Na Sessão Ordinária desta terça-feira (25), o vereador Edio Lopes (PT) surpreendeu ao abordar a questão indígena de Araraquara. O vereador trouxe o assunto à tona pelo fato de que essa foi a sessão imediatamente posterior ao Dia do Índio, que foi no dia 19 de abril.
“A nossa sociedade tem distorcido completamente o significado desta data, estereotipando e passando uma imagem romantizada do índio. Nossos filhos voltam da escola com o penachinho na cabeça, cantando a música da Xuxa, como se houvesse uma harmonia perfeita entre o sistema e a questão indígena, agrária, ambiental e de desenvolvimento”, afirmou.
Para o vereador, a questão indígena tem profunda relação com Araraquara. “Se hoje nós usufruímos do Aquífero Guarani, dos bens naturais, é porque os povos indígenas que aqui habitavam cuidaram da natureza, preservaram”.
O vereador aproveitou para abordar os 200 anos de emancipação política e administrativa do município e afirmou: “A história da Aracoara não começa com Pedro José Neto. Essa terra é habitada há muito mais de 200 anos”.
Lopes citou estudos de materiais arqueológicos, principalmente de cerâmica, encontrados na região de Araraquara que comprovam que aqui viveram povos indígenas de diferentes etnias: tupi-guarani e aratu, ligadas aos povos de língua Jê, que viviam às margens dos rios Médio Mogi-Guaçu e Médio Jacaré-Guaçu.
Segundo estudos, os sítios arqueológicos cerâmicos estão mais ligados aos povos horticultores e o sítio mais antigo apresenta 1200 anos. Os líticos são os sítios de caçadores coletores, ou seja, sítios bem mais antigos que remontam a 4 ou 5 mil anos.
O vereador citou, ainda, que os direitos indígenas estão em ataque, que se materializa na paralisação de demarcação de terras indígenas, na impunidade com relação aos crimes e violências de todos os tipos cometidos contra povos e comunidades indígenas e na crescente criminalização das lideranças e comunidades que resistem e lutam por seus direitos. “Mas os crimes não são apenas contra os indígenas, são contra a natureza e todos os seres humanos do planeta. A questão indígena nos mostra que existem muitos conflitos e é preciso que a gente demarque politicamente em relação a esses temas: desenvolvimento, questão agrária, agrotóxico, monocultura, desmatamento, para onde isso tudo está nos levando?”, finalizou.