Yared, devia pedir perdão por eu ver imagens da cabeça do meu filho
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Yared, devia pedir perdão por eu ver imagens da cabeça do meu filho
Nove anos após o acidente que matou dois jovens, o ex-deputado Carli Filho disse que não poderia ter previsto que o carro das vítima “passaria na sua frente”.
28FEV2018| 8:15 - Caso Carli Filho - Foto: © Reprodução/SBT/PR
Na terça-feira (27), no primeiro dia do julgamento realizado em Curitiba nove anos após o acidente de trânsito que matou Gilmar Rafael Yared, 26 anos, e Carlos Murilo de Almeida, 20 anos, o ex-deputado estadual Luiz Fernando Ribas Carli Filho, acusado de provocar as mortes por estar embriagado e dirigindo em alta velocidade, admitiu o erro e pediu desculpas. Mas não foi suficiente para a deputada Christiane Yared, que enterrou o filho Gilmar Rafael.
“Ele tinha que ter me abraçado e pedir perdão por estar vendo as imagens da cabeça do meu filho, mas não. Ele diz que jamais imaginou o carro surgiria na frente dele. O que ele pensa que é dono da rua? Perdão, ele está perdoado. O que eu quero é justiça”, afirmou a mãe da vítima, em declaração reproduzida pelo G1. Após o acidente, ela criou uma ONG e foi eleita deputada federal.
Além do pedido de desculpas às mães dos dois jovens mortos em acidente, Carli Filho havia argumentado, no Tribunal do Júri, que não poderia ter previsto que o carro onde seguiam os dois rapazes “passaria na sua frente”. Nos 20 minutos de fala, sobre o que considera o maior erro da sua vida, ainda afirmou que não fugiu nem se furtou em nada durante o processo, tentando reduzir a responsabilidade pelo ocorrido.
“Eles não tiveram a intenção de morrer, e eu não tinha intenção de matar. Eram dois jovens, eu também era jovem”, declarou o ex-deputado, a respeito do crime que levou quase uma década para ir a julgamento. “Nunca tive a intenção de matar. Eu quase morri também”.
O acusado, que chegou ao tribunal sob os gritos de “assassino”, confessou ter ingerido álcool no dia do acidente, perante um plenário ocupado em sua capacidade máxima, de 200 lugares. Conforme relata o G1, a madrugada anterior foi marcada pela distribuição de senhas e filas para ocupar os melhores lugares.
Entenda o acidente
Na noite de 6 de maio de 2009, após jantar em um badalado restaurante curitibano com um amigo, o cardiologista Eduardo Missel Silva, no qual teriam ingerido quatro garrafas de vinho – de acordo com declarações dos funcionários da casa – Carli Filho deixou o local dirigindo o seu próprio veículo, um Passat.
Momentos depois, o então deputado federal, na época com 26 anos, passou em alta velocidade pelo bairro Mossunguê, em Curitiba, onde o seu veículo colidiu com o carro das vítimas. Segundo a acusação, O então deputado dirigia a 170 km/h na madrugada do acidente que matou Gilmar Rafael Yared e Carlos Murilo de Almeida. O seu carro teria “descolado” do chão e atingido o veículo onde os jovens seguiam, um Honda Fit. Os dois amigos morreram na hora.
Processo
Ao longo dos nove anos as mães e familiares dos jovens esperam por Justiça. Mesmo na terça-feira (27), antes de começar o primeiro dia de julgamento, os advogados de Carli Filho tentaram evitar mais uma vez que ele fosse julgado. Conforme relata o G1, a defesa alegou que continuavam no processo exames que indicavam álcool no sangue do acusado, no dia em que ele matou as vítimas.
Carli Filho havia conseguido na Justiça que os exames fossem retirados dos autos, uma vez que as provas foram realizadas sem o seu consentimento, quando ainda estava inconsciente após o acidente. A nulidade do júri, formado por cinco mulheres e dois homens, foi pedida. O juiz juiz Daniel Avelar negou o apelo, ordenando apenas a retirada dos documentos das pastas recebidas pelo júri.