Educação & Cultura

Zema demite artistas, que reclamam de veto a espetáculo


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A deputada Andréia de Jesus (PT) protocolou pedido de audiência pública junto à Mesa da Assembleia Legislativa para debater o caso

CULTURA – VETO A ESPETÁCULO – MG


O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), exonerou o diretor artístico da companhia de dança do Palácio das Artes, da Fundação Clóvis Salgado, de Belo Horizonte, Cristiano Reis, bailarino do grupo há 23 anos e que assumiu o cargo em 2015. Outros artistas comissionados envolvidos com o espetáculo também foram exonerados.

Por meio de redes sociais, Reis disse acreditar que sua exoneração está “relacionada diretamente” à realização do espetáculo m.a.n.i.f.e.s.t.a, que celebra a democracia. A administração estadual alega que os cortes foram feitos com “vista à racionalização do uso dos recursos públicos”.

“Fui chamado pela direção da Fundação Clóvis Salgado e tive a notícia de que o espetáculo, que tinha reestreia programada para 15 de março, seria engavetado”, afirmou Reis. “‘Vamos ter de dar um passo atrás’ foi a frase que ouvi”, disse. Artistas e profissionais ligados ao segmento cultural e de dança mineira prestaram apoio a Reis.

A deputada estadual Andréia de Jesus (PT) protocolou na segunda-feira, 27, pedido de audiência pública junto à Mesa da Assembleia Legislativa para debater o caso. “Repudio a ação do (governador Romeu) Zema contra o m.a.n.i.f.e.s.t.a. É papel do Estado dar apoio e espaço para as críticas presentes na nossa sociedade”, disse a parlamentar.

Uma das diretoras do espetáculo, Marise Dinis, que atua no Palácio das Artes desde 2004, disse que tinha assinado contrato para voltar com o m.a.n.i.f.e.s.t.a em 15 de março quando foi comunicada do cancelamento da apresentação. “Já tinha me organizado para retomar o trabalho quando a Associação Pró-Cultura e Promoção das Artes, que cuida das contratações, entrou em contato comigo dizendo que o contrato seria rescindido”, disse a diretora.

Bailarina da companhia há 35 anos, Mariângela Caramati criticou o cancelamento da peça. “Estamos sem diretor artístico, numa situação de vulnerabilidade. Sucateamento e desmonte são as palavras que encontro para descrever o momento”, afirmou Caramati.

Procurada pelo Estadão, a assessoria de Zema enviou nota na segunda-feira, 27, informando que “as exonerações dos servidores de recrutamento amplo (…) levam em consideração a necessidade de reorganização e reestruturação administrativa, com vista à racionalização do uso dos recursos públicos e promoção do aumento da produtividade dos servidores que integram o Grupo de Direção e Assessoramento da Administração direta e indireta do Poder Executivo”.

Ainda de acordo com o governo do Estado, “o contrato supracitado previa, em seu plano de trabalho, duas apresentações do m.a.n.i.f.e.s.t.a que foram cumpridas em 5 e 6 de novembro, com público total de 1.660 pessoas, sendo 879 espectadores no dia 5/11 e outros 781, em 6/11. Desde então, o espetáculo passou a fazer parte do repertório da Cia. de Dança Palácio das Artes e, a qualquer momento, havendo disponibilidade de novos recursos orçamentários e financeiros, poderá ser remontado pela Cia. de Dança Palácio das Artes, seja em Belo Horizonte ou em outro local dentro ou fora do Estado”.

| IDNews®| Beto Fortunato | Via NBR | Estadão Conteúdo|

Beto Fortunato

Jornalista - Diretor de TV - Editor -Cinegrafista - MTB: 44493-SP

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